segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Para DESCOBRIR: # GASTRONOMIA MARANHENSE: Influências indígenas


Olá pessoas queridas!

O Estado do Maranhão possui uma das culinárias mais ricas em sabores, aromas, cores e em sua história. Esse resultado é reflexo da gastronomia brasileira que, entre outros fatores, é a consequência da fusão aculturada de hábitos alimentares de diferentes grupos como o índio, o negro, o português, o francês, os árabes e os nordestinos. 
Diante dessa originalidade, hoje analisaremos a gastronomia maranhense com as influências indígena.
 Confira! 




O imenso litoral do Brasil era bastante povoado por numerosas nações aborígenes. Na Costa Norte, Carvalho (2013) destaca três importantes primitivos: Tupinambás, Tremembés (ou Taramembeses) e Aorans. O contato bem intenso com essas três grandes nações tribais, o autor afirma que “ocorreu em decorrência de lutas e conflitos dos portugueses contra os franceses sediados na Ilha Grande do Maranhão (Upaon-Açu) e contra os holandeses e ingleses alojados no delta do rio Amazonas”.


Imagem 1


Na ilha do Maranhão, viviam os Tupinambás, fugidos há 100 anos do litoral de Pernambuco. Era o povo mais numeroso do litoral brasileiro, estavam bem distribuídos na Costa Norte e até mesmo em áreas do vale amazônico.

Com a guerra contra os franceses em 1614, muita gente nativa foi exterminada e a grande parte dos sobreviventes deslocou-se para os interiores do Maranhão e Pará.

Conforme Lima (2012), os povos no Maranhão cultivavam a terra para plantar mandioca, milho, macaxeira, fumo, arroz, abóbora, batata doce, feijão, melancia, fava, inhame, cará, amendoim e gergelim. Os que habitavam as aldeias ribeirinhas tinham o peixe como principal alimento. A caça também era muito utilizada como fonte de alimento.


Imagem 2

Cavalcanti (2007) afirma que “os índios eram grande apreciadores de mariscos, siris e caranguejos, como mais tarde, todos os maranhenses”.

Os hábitos indígenas influenciaram a população cabocla maranhense, que ainda hoje usam técnicas de seus antepassados na preparação dos alimentos. Lima (2012) afirma que a maneira de tratar comidas assadas e moqueadas são marcas deixadas pelos indígenas. Sob esse aspecto, podemos citar como exemplo o forno de barro.

Sobre esse aspecto, Ribeiro (1941) diz “usam assar todas as suas comidas, exceto as frutas mais tenras. As caças miúdas vão ao fogo de peça inteira, sendo este quem lhes limpa todo o cabelo ou penas de que se vestem”.

Os indígenas desenvolveram várias maneiras de cozimento ao longo do tempo:
Tinham vários modos de cozimento, como chamado  biaribu, ou berubu, que consiste em colocar a carne em covas abertas no chão, cobrindo-a de folhas verdes e brasas, deixando que assim seja assada, lentamente, por esse fogo abafado, durante muitas horas. Ou o tacuruba ( saco de pedra), ou trempe, que são três pedras servindo de apoio para a vasilha com a comida, ainda bastante utilizadas nos dias de hoje. (LIMA 2012. Pag 42)


Imagem 3

Atualmente, ainda é visível essas heranças indígenas na gastronomia maranhense: a carne no espeto, os assados na grelha, os peixes moqueados, o chibé, o aluá (rapadura fermentada, água e milho, cascas de ananás, ou arroz).

Está presente também na maneira de se alimentar. Esses hábitos ainda reproduzidos por caboclos maranhenses, como arremessar para boca, com habilidade, um punhado de farinha, o comer com as mãos e o comer de cócoras com o prato equilibrado na palma da mão, é definido por Lima (2012) sendo como de reminiscência dos indígenas.


Se você gostou dessa postagem, deixe seu comentário abaixo, compartilhe com seus amigos e  inscreva-se aqui, pois assim você receberá notificações de novas postagens. Até a próxima.
Abraço, 
                                                                                                                        
                                                                                                                           Jeiane Costa.
e-mail: jeianecosta.novel@outlook.com
Instagram: meioaspalavras
Twitter: https://twitter.com/Meioaspalavras


www.portalolhardinamico.com.br












Você também pode gostar de ler:




Créditos especiais:
CARVALHO, João Renôr Ferreira de. Ação e presença dos portugueses na Costa Norte do Brasil no século XVII – a guerra do maranhão.  Teresina: EDUFPI, e Ethos Editora, 2014.
CAVALCANTI, Pedro. A pátria nas panelas: historias e receitas da cozinha brasileira. São Paulo: ed. Senac São Paulo, 2007
LIMA, Zelinda Machado de Castro. Pecados da gula: comeres e beberes das gentes do Maranhão. 2 ed. Amp. – São Luis: instituto Geia, 2012
GASTRONOMIA MARANHENSE: influências geográficas e étnico-culturais. Amanda Sousa Silva Orientadora: Profª. Ms. Marilene Sabino Bezerra.
Ilustração: Jeiane Costa
Imagem 1 - Disponível em:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pedro-e-297-a_0001_1_p24-C-R0150_cropped.jpg> acesso 19 fev 2018
imagem 2 - Diponivel em:http://www.eraumavezbrasil.com.br/a-alimentacao-indigena-na-culinaria-brasileira/> acesso em 19 fev 2018
Imagem 3 - disponivel em: <https://www.zun.com.br/comidas-indigenas-que-comemos/> acesso 19 fev 2018




Um comentário:

Romance expõe os desafios do escritor durante o processo de construção de um livro

“Escrever um livro é uma arte, uma poesia. É muito mais que jogar palavras ao papel aleatoriamente ou usar o a...